A economia da reciclagem

No mês de novembro de 2022 foi realizada no Egito a 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas, também conhecida como COP 27, com o objetivo de discutir o compromisso dos países integrantes da ONU com a preservação ambiental. Muitos dos problemas climáticos discutidos na conferência foram agravados devido ao crescimento econômico desenfreado e muitas vezes irresponsável, principalmente considerando o lucro a cima de questões ambientais. Apesar de muitos acreditarem que sustentabilidade traz prejuízo, experiências por todo o mundo já comprovaram que o impacto ambiental na economia é muito positivo, principalmente para a geração de empregos.

O primeiro elemento necessário para a geração de empregos é a demanda, sem ela não há investimento, tanto por parte do setor público quanto por parte do setor privado, e no caso da reciclagem, a demanda é extremamente alta. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) são produzidos em média 160 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia no Brasil, entre 30 a 40% desses resíduos podem ser reciclados, mas apenas 13% efetivamente são. Com base nesses dados podemos afirmar que por dia o Brasil deixa de reciclar entre 41 e 55 mil toneladas de resíduos, o que causa impactos ambientais indiscutíveis, além de desperdiçar uma grande oportunidade econômica.

Para entender como a reciclagem pode movimentar a economia é importante entender como a reciclagem funciona de fato, já que nossos resíduos não são reciclados automaticamente depois de serem jogados na caçamba. Quando o material é descartado é iniciado o processo de coleta, o recolhimento e transporte dos resíduos para o local de reciclagem, segundo a Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis no Brasil existem 800 mil agentes ambientais, mais conhecidos como catadores, pelo mundo todo a Organização Mundial do Trabalho estima que 15 milhões de pessoas ganham a vida tirando resíduos da rua e consequentemente reduzindo os impactos diretos ao meio ambiente.

Após a coleta se inicia a fabricação de novos produtos com base nos materiais coletados, os orgânicos são usados na produção de adubo, que impactam diretamente no setor agrícola, por outro lado produtos como o papel, madeira, metal e plástico são transformados em novas mercadorias, voltam para o comércio e são consumidos novamente. Todo esse processo exige muita mão de obra de diferentes tipos de qualificação, gerando consequentemente empregos para uma grande parcela da sociedade no Brasil e no Mundo.

Outro fator que deve ser levado em conta ao falar da ligação entre ecologia e economia é a redução de gastos gerados pela reciclagem. O processo de reutilização do papel por exemplo resulta em menos gasto de energia e água, como falamos no mês passado uma opção barata para a construção civil foi encontrada na reutilização do papelão, a ex-ministra do meio ambiente Izabella Teixeira afirmou que seria possível economizar R$ 8 bilhões ao ano se todos os resíduos encaminhados para lixões e aterros sanitários fosse reciclado, isso sem nem mesmo considerar os impactos para o meio ambiente.

A SCRAP e seus colaboradores são a prova vida da eficácia e estabilidade do mercado ecológico, que além de gerar empregos ainda nos leva para um mundo mais verde, no sentido sustentável e econômico.

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