A história da reciclagem no Brasil e no mundo.

 A história dos resíduos está diretamente ligada a história da humanidade. Enquanto vivíamos como nômades praticamente não gerávamos nada tóxico para o meio ambiente, isso mudou a partir do momento que nos tornamos sedentários e criamos raízes em um único loca. Registros arqueológicos indicam que povos já buscavam formas de eliminar resíduos antes mesmo do surgimento da escrita, inicialmente queimando os resíduos. Quanto mais as sociedades cresciam, mais resíduos eram gerados, e a necessidade de novas maneiras de lidar com eles aumentava. 

O desenvolvimento de sistemas de esgoto ajudou sociedades mais avançadas a lidarem com resíduos em grande escala, estudos da UERJ indicam que essa medida já era usada em civilizações hindus da antiguidade. Em Israel, o descarte de resíduos orgânicos e artificiais era controlado por regras rígidas, e na Europa essa cultura também foi adotada depois de diversas pandemias disseminadas pela falta de higiene.

Projetos sustentáveis como conhecemos hoje passaram a ser desenvolvidos a partir da década de 40, com necessidades geradas pela Segunda Guerra Mundial. Países envolvidos no conflito, como o Brasil, criaram campanhas de doações visando reutilizar materiais úteis para o exército, alumínio, pneus e panelas estão entre alguns dos itens buscados. Vale ressaltar a diferença entre reciclagem e reutilização. O primeiro tem como objetivo pegar um material e usar suas características para criar outro semelhante. A reutilização, por sua vez, é o ato de dar uma nova utilidade a um objeto específico, sem a necessidade de transformação. Ambos são igualmente importantes para o desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável.

O período pós guerra marcou o início da globalização, com isso os hábitos de consumo e produção, já em transição durante as primeiras revoluções industriais, foram oficialmente transformados. Anteriormente, produtos costumavam durar mais e o hábito de consertar e reutilizar era mais frequente. A facilidade de produção tornou mais comum produtos com vidas uteis menores e disseminou o consumo mais frequente. Da década de 50 em diante os hábitos de consumo se tornaram mais parecidos com os que temos hoje, criando um problema para o meio ambiente. Nesse período também surgiu o símbolo da reciclagem, que ajudou a incentivar as pessoas a terem hábitos mais sustentáveis, falamos sobre isso em outro artigo, você pode conferi-lo em nosso site.

Hoje em dia países, ongs e empresas se unem para buscar uma sociedade sustentável, mesmo com os hábitos atuais. A preocupação com a reciclagem é maior do que na década de 40, principalmente porque os produtos representam mais riscos, exigindo uma coleta mais complexa. No Brasil, um dos principais desafios se encontra na informação. Estima-se que cada brasileiro produz em média 1 kg de lixo por dia, mas apenas 35% considera fácil encontrar informações sobre coleta seletiva em sua cidade, aponta pesquisa feita pelo Ibope.

O problema não se encontra apenas em encontrar um local para a reciclagem, 50% das pessoas que responderam à pesquisa afirmaram não saber que o papel é um material reciclado, acompanhados de 53% que desconheciam a possibilidade de reciclar o alumínio, e preocupantes 60% achavam que garrafas PET não poderiam ser recicladas. Inegavelmente, essa desinformação impacta diretamente na reciclagem do país, que representa apenas 4% de seus resíduos segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Entretanto, não é o único fator, nem mesmo o mais determinante, já que a oferta de coleta seletiva no país ainda é insatisfatória e concentrada, uma vez que 83% das cidades com coleta seletiva se encontram na região Sudeste e Sul do país., A falta de estruturas físicas de coleta e triagem somada ao número reduzido de profissionais qualificados também atrapalham na busca por um Brasil mais sustentável.

Felizmente nem tudo são notícias ruins, a realidade é que a perspectiva dos próximos anos é bem positiva. Apesar da desinformação, os brasileiros demonstram interesse em hábitos mais saudáveis. Dados apresentados pelo terceiro maior instituto de pesquisa e inteligência do mundo, o Ipsos, demonstram que 68% dos brasileiros mudariam locais de compra se isso significasse gerar menos resíduos. Além disso, 71% dos brasileiros concordam que o plástico descartável deveria ser abolido. Em 2022 surgiu o Plano Nacional dos Resíduos Sólidos, que definiu metas para aumentar a reciclagem para 48% até 2040. Esse plano indica diversas medidas e incentivos públicos para aumentar a coleta seletiva e a reciclagem, que somados ao interesse do brasileiro por um mundo mais saudável, resultara em um país mais verde para nossos filhos.

Aqui na SCRAP já estamos no projeto de 2040 há mais de 50 anos, e não pararemos até criar um país mais ecológico para todos.

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