O plástico está se acumulando nos oceanos em ritmo acelerado — e o Brasil é grande parte desse problema.
Segundo dados recentes, mais de 1,3 milhão de toneladas de plástico são despejadas por ano no mar apenas pelo Brasil. O país ocupa o 8º lugar no ranking mundial de poluidores plásticos dos oceanos e lidera essa estatística na América Latina.
Ainda assim, o Brasil ficou de fora do Apelo de Nice — um acordo internacional firmado por 95 países, que busca combater a poluição plástica de forma coordenada e vinculante. O tratado foi discutido na Conferência da ONU sobre os Oceanos, na França, e segue para nova rodada de negociações em agosto, em Genebra.
O Brasil é o 8º maior poluidor plástico dos oceanos no mundo.
E o maior da América Latina.
Segundo dados recentes, mais de 1,3 milhão de toneladas de plástico são despejadas nos oceanos brasileiros todos os anos. Isso representa 8% de todo o plástico que chega aos mares globalmente.
Apesar disso, o Brasil não assinou o Apelo de Nice — um compromisso internacional lançado durante a Conferência da ONU sobre os Oceanos, na França, com o objetivo de frear a poluição plástica por meio de ações concretas e urgentes. 95 países assinaram. O Brasil, não.
O impacto do plástico é silencioso. Mas mortal.
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1 em cada 10 animais marinhos que ingerem plástico morrem.
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70% das tartarugas-verdes já ingeriram plástico.
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Em algumas regiões do Brasil, esse número chega a 100%.
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98% dos peixes amazônicos analisados continham microplástico no intestino e nas brânquias.
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9 das 10 espécies de peixes mais consumidas no mundo já ingeriram plástico.
Não é apenas sobre a vida marinha.
É sobre nós também.
Você pode estar comendo plástico sem saber.
Estudos mostram que o plástico ingerido pelos peixes e frutos-do-mar retorna para os nossos pratos — em forma de microplásticos invisíveis, mas presentes no organismo desses animais.
Além disso, os efeitos são devastadores para a biodiversidade:
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85% dos animais marinhos que ingerem plástico estão ameaçados de extinção.
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77% dos estômagos de aves, tartarugas e mamíferos marinhos analisados continham plástico.
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Em tartarugas, 1 grama de plástico ingerido aumenta em até 450% o risco de definhamento.
E ainda assim… estamos parados?
A decisão de não assinar o Apelo de Nice levanta uma pergunta urgente: qual é o nosso papel nessa crise?
A verdade é que a responsabilidade não pode mais ser empurrada para o consumidor final.
A mudança precisa acontecer na forma como produzimos, consumimos e descartamos o plástico.
O problema é sistêmico. A solução também precisa ser.
Reciclar não é mais suficiente.
Precisamos repensar o ciclo de vida do plástico. Promover a economia circular. Investir em inovação, educação ambiental e políticas públicas que priorizem o planeta — e a vida.
A omissão custa caro.
Mas a consciência vale muito mais.
Na SCRAP, acreditamos que a transformação começa pela informação.
Por isso, criamos conteúdos como este: para abrir os olhos, provocar reflexão e estimular ação.
Os oceanos estão pedindo socorro.
E ainda dá tempo de agir — mas não por muito.
Fontes:
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R7, 2024.
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G1, 2025.
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Oceana Brasil, Fragmentos da Destruição, 2024.